Foco ou versatilidade?
Neste artigo, procuramos entender como uma parábola da Grécia Antiga pode ser interpretada no mundo dos negócios. Além disso, como isso estaria relacionado a uma das maiores indagações da sociedade contemporânea: O que é mais importante? O foco ou a versatilidade?
A raposa e o porco-espinho
Arquíloco de Paros foi um poeta lírico e soldado grego. Em suma, sabe-se que ele viveu na primeira metade do século VII a.C. e que foi muito comparado ao mais famoso poeta grego de seu tempo, Homero. Arquíloco é o responsável por um provérbio que vai fazer você pensar muito sobre o seu negócio:
“A raposa conhece muitas coisas. O porco-espinho conhece apenas uma, muito bem”.
Ora, mas o que poetas, raposas e porcos-espinhos têm a ver com a sua empresa? Você vai ficar surpreso, mas tem, e muito!
A relação com o mundo corporativo
Jim Collins é um consultor americano e um dos mais respeitados pensadores do management mundial na atualidade. Em seu livro, “Empresas feitas para vencer”, Collins se utiliza da metáfora de Arquíloco e faz a seguinte observação sobre os animais supracitados: A raposa, animal astuto, é capaz de criar inúmeras estratégias complexas a fim de capturar o porco-espinho. O roedor, em contrapartida, é desajeitado e anda sempre distraído. Totalmente vulnerável aos complexos ataques da raposa, certo?
Não! Todas as vezes que a raposa parte para o ataque, independente do quão planejado ele seja, o porco-espinho corresponde da mesma maneira: Ele se enrola todo, se “transformando” em uma bola de pontas afiadas. Enquanto isso, a raposa tenta, tenta, mas acaba desistindo. Sempre!
Ok, mas o que Jim Collins quis dizer, ao buscar esta fábula na longínqua Grécia Antiga?
A indagação que ele faz ao leitor, quando faz esta comparação, é: Para uma empresa, o que vale mais, o foco ou a versatilidade? Em outras palavras, apostar em algo que você sabe fazer muito bem ou em inúmeras estratégias complexas que podem dispersar o seu foco e tornar todas as estratégias praticamente nulas? Collins aposta e mostra que a grande maioria das empresas que obtiveram e obtém sucesso, têm o comportamento mais próximo ao do porco-espinho do que ao da astuta raposa.
Além disso, o americano dá algumas dicas de como agir como um “porco-espinho” dentro da sua empresa. Ele sugere que você faça essas três perguntas:
- O que gosto de fazer?
- O que sei fazer muito bem?
- O que posso fazer, que serei pago para?
Ao olhar este diagrama de Venn é intuitivo dizer que se deve buscar sempre a intersecção entre os três conjuntos. Você tem uma paixão, você é bom nisso e as pessoas se propõem a te pagar por isso? De acordo com Collins, provavelmente você está no caminho certo.