Importância de gestão de pessoas na volta das atividades presenciais
A pandemia de covid-19 transformou o mundo em diversos contextos. O home-office, por exemplo, que antes era visto em poucas empresas e pouco debatido, se tornou essencial e mudou completamente as dinâmicas e perspectivas do mundo dos negócios. Com o retorno às atividades presenciais, esse tema divide opiniões, ao passo que, em busca de equilíbrio, muitas empresas apostam no modelo híbrido.
Porém, mais importante do que analisar o modelo de retorno, é pensar nas pessoas envolvidas nesse processo. O capital humano é o bem mais precioso de qualquer empresa e a essência para o sucesso. Nesse sentido, sabe-se que em momentos de crise, o nervosismo, a ansiedade e a insegurança ficam mais predominantes. Além disso, o isolamento causado pela pandemia, que tornou o local de trabalho o mesmo do descanso, alterou hábitos, emoções e comportamentos individuais e sociais.
Nessa perspectiva, o isolamento mostrou-se um ponto de atenção, ao passo que segundo o neurocientista e pesquisador John Cacioppo, somos programados para ter vínculos. “A neurobiologia humana foi moldada para favorecer este comportamento. Nossa força não advém do individualismo rígido, mas da nossa capacidade coletiva de planejar, nos comunicar e trabalhar em grupo”. Dessa forma, o contexto pandêmico trouxe diversas questões e debates relacionados à gestão de pessoas, em busca de equilibrar a saúde mental dos funcionários e sua produtividade. Nessa perspectiva, a tão sonhada volta ao presencial seria realmente a solução de todos os problemas?
Não. Não sem adaptações. Embora auxilie com diversos pontos positivos, dentre eles a facilitação de interações sociais, a separação do ambiente de trabalho da vida pessoal e a maior organização de rotinas, por parte dos funcionários e das empresas, esta mudança se mostrou mais complexa. Uma vez que não é um simples retomada, para a forma como tudo funcionava antes da crise, mas sim uma nova realidade, composta por diversas marcas emocionais e comportamentais.
De modo que, requer um olhar atencioso para a adaptação, que segundo um artigo da McKinsey, envolve uma força de trabalho que já sofreu os efeitos do crescimento do sofrimento mental durante a pandemia e agora passa lidar com uma nova onda de estresse e ansiedade na volta ao escritório. Assim, destaca-se a importância da atuação de gestão de pessoas ao visar garantir saúde mental, motivação e produtividade dos funcionários.Tendo isso em vista, algumas formas sugeridas de lidar com esse novo momento são:
Retorno gradativo
Toda adaptação requer tempo, por isso é essencial realizar um retorno gradativo, que garanta aos funcionários um tempo hábil para se organizar as novas rotinas, deslocamentos, mudanças pessoais e seus novos contatos com o coletivo. Assim, é imprescindível os gestores exercitarem escuta ativa, no sentido de acolher as preocupações e dificuldades, esclarecendo as dúvidas com tolerância e incentivo. Além disso, cabe à empresa como um todo, desenvolver a perspectiva de “lifelong learning” que corresponde à concepção do aprendizado como parte de um processo contínuo e entendimento de que é necessário se reinventar sempre, principalmente nesse novo período.
Dados
Momentos de crise e pós-crise, exigem decisões ágeis e precisas. Portanto, a utilização de dados é essencial, os quais podem ser coletados através de uma pesquisa de clima organizacional, histórico de performance dos colaboradores, andamento de metas (OKRS) de cada área e mapeamento de perfil DISC De maneira que a área de gestão de pessoas auxilie em tomadas de decisões, ao considerar informações individuais sobre os funcionários, acompanhar seu desenvolvimento e níveis de sobrecarga, além de suas relações com o ambiente e grupos de trabalho.
Contato externo
As transformações ocasionadas pela pandemia não afetaram apenas uma empresa ou outra, mas sim todas, cada uma à sua maneira. Nesse sentido, torna-se essencial conversar com outras empresas e áreas de gestão de pessoas, além de estar atento a pesquisas e notícias, associadas a impactos da pandemia na sociedade, de modo que todos possam trocar experiências dessa nova realidade e se adaptar de maneira mais eficiente possível.
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